terça-feira, 19 de abril de 2011

Pscicologia Positiva x Auto Ajuda



Conforme já dissemos, a Psicologia Positiva quer estudar os elementos que compõem o funcionamento ótimo do ser humano, bem como seus recursos para a conquista de uma vida feliz.


Literatura de auto-ajuda?

Preocupada apenas em curar doenças, a Psicologia deixou sem respostas aqueles que questionavam sobre como ter uma vida feliz, abrindo espaço para que as forças e virtudes humanas fossem discutidas sem base científica e, por vezes, de maneira hiper-simplificada. Nascia então a literatura de auto-ajuda, da qual todo psicólogo "sério" deveria se afastar. É importante que se diga que, embora eventualmente tratem do mesmo tema, a Psicologia Positiva e a literatura de auto-ajuda se diferem pelo rigor científico apresentado pela primeira. Quando o assunto é Psicologia Positiva, mesmo publicações direcionadas ao público leigo, como é o caso do livro "Felicidade Autêntica" de Martin Seligman, são rigorosas no sentido de elencar as dezenas de pesquisas científicas que as fundamentam.

Combatendo o "Dogma Imprestável"

Talvez o exposto acima explique o que os teóricos da Psicologia Positiva chamam de "dogma imprestável" da Psicologia, que corresponde a uma tendência de o olhar psicológico considerar como autênticas apenas as emoções negativas. De fato, é comum que psicólogos, ao observarem alguém ajudando uma pessoa estranha, rapidamente encontrem um benefício egoísta no ato, relutantes em reconhecer a existência do altruísmo. Por mais que sejamos culturalmente propensos a aceitar esse "dogma imprestável", não há o menor indício de que as forças e virtudes humanas tenham, de fato, este tipo de motivação.

Nesse sentido, o mais razoável seria partirmos de uma premissa de duplo aspecto que acredita que a evolução tenha favorecido tanto as emoções negativas quanto as positivas.
Se é bem verdade que o ambiente à nossa volta pode se tornar ameaçador, exigindo de nós uma postura de ataque ou fuga, é inegável que fenômenos como o da globalização tenham nos tornado cada vez mais interdependentes, fazendo com que nossas habilidades sociais sejam cada vez mais exigidas.

Nesse sentido, e como conseqüência do legado de complexidade deixado pela Revolução da Informação, o desenvolvimento de pesquisas em Psicologia Positiva talvez se torne uma questão de sobrevivência. É preciso que temas como virtude, caráter e felicidade humana sejam discutidos de forma secular, produzindo um conhecimento capaz de transpor os portais das igrejas e a superficialidade dos manuais de auto-ajuda, de forma a que todos possam crer - aqui e agora - na sua existência.

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